sábado, 26 de julho de 2008


A dor!

Fagulhas cortantes!Os sentidos entorpecem e calam...A dor.Na memória várias cenas se amontoam.A retina perde o foco...Só o esconderijo do tempo me consola.Portanto, lá estou:Inerte, sem vida e dentro de mim.Alma perdida só se reencontra na fé,alimento que faz renascer seres infelizes.Mas, ainda não penso em voltar...A chama da vida quer se extinguir,esqueci até de clamar a meu Deus.A dor já tomou anestesia e no fundo calou,só a companhia da solidão me restou.No silêncio que posso guardar meus segredos,uma doce vontade de dormir...Sem precisar nunca mais amanhecer.

Mônica Galdino,

Linda mulher!

Desço escadarias de pedras,vislumbro um imenso e inusitado jardim.Como num conto de fadas,avisto um lago, flores e encantados duendes.O cheiro de perfume e incenso no ar,penetra e desperta sensações.Vou lavar minha alma na água...Esperar o corpo secar ao sol.Ao espiar por entre as frestas das árvores,encontrar o divino em mim.Esse jardim é miragem criada,quando na vida não pude me olhar.Na fantasia do encantado me escondi,de mim, do real e da dor.Mas na melodia da paisagem vibrante,reajo com emoção à vida em flor.A noite vai tomando conta do espaço...Faz silêncio naquele conto de fadas,desaparece o vestido de estrelas e contas de cristais.Sem roupa estou.Com a alma lavada e despida,posso elaborar nova paisagem,onde hei de um espelho achar...Para minha linda mulher enxergar.

Mônica Galdino,